domingo, 10 de agosto de 2014

     Bairro de PIRAJÁé um dos mais antigos de Salvador.
     Surgiu a partir dos Engenhos de açúcar e das primeiras missões jesuíticas que aportaram na Bahia  no período da ColonizaçãoO nome Pirajá significa na língua tupi - pira-ya - ou viveiro de peixes. Os  primeiros habitantes dessa redondeza foram os índios Tupinambás. 

Salvador, era o principal mercado para os produtos vindos do sertão,e dentre as seis rodovias principais de Salvador e o sertão, cinco delas (Feira velha, Pojuca, Santo Antonio, Amarari, Alagoinhas) passavam por Feira de Santana, onde foi dito como um lugar (Feira de Santana) de grande desenvolvimento comercial.
Em 1950, Feira de Santana era um mercado importante para os produtos agrícolas e pastoris, do interior. Na cidade, o número de estabelecimentos para o beneficiamento do fumo, do algodão e dos couros e o aproveitamento da carne e dos gêneros alimentícios aumentara de mais de cinco vezes, entre 1940 e 1950.

Em todos os anos, somente a cidade de Salvador excedia Feira de Santana em produção industrial. Em menos de um século e meio, Feira de Santana transformou-se de região pastoril, quase desconhecida, de escassa população, numa das comunidades mais ricas e mais densamente povoadas do sertão baiano.
Como Feira de Santana é ponte do sertão até Salvador, os criadores ou comerciantes de gados percorriam dois caminhas do recôncavo, ou por Feira, ou pela Vila de Cachoeira e Santo Amaro da Purificação. Chegando a Salvador, a rota utilizada era a dos bairros, que atualmente são conhecidos Alto do cabrito, Pirajá em direção ao Largue do Tanque e depois Barbalho.
Nesses locais os bois se recuperavam por alguns dias, para seguirem seu percurso até o matadouro, ou onde os gados seriam abatidos, conhecido como região  do Mosteiro de São Bento, próximo a praça da Piedade (atualmente a estação da Barroquinha). (Existiam currais menores nas regiões mais próximas como Barbalho, Barris e Largo do Campo grande), já nas regiões mais distantes, estava os abatedores de Itapagipi, Brotas e Cabula.
A Bahia foi palco de guerra ao qual se resume a festa dois de julho, travada no bairro de Pirajá, onde o Senhor de engenho muito politizado na Bahia, Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, o coronel Santinho, foi o primeiro a se rebelar militarmente contra a ditadura do português Madeira de Melo.

TODA ESSA IMPORTÂNCIA FAZ DE FEIRA A PRINCESA DO SERTÃO.

SAVEIROS DA BAHIA


saveirosdabahiaAté meados do século passado, os tradicionais saveiros, barcos de madeira impulsionados por uma vela central, eram presença marcante na rota marítima entre Salvador e tantas outras cidades do Recôncavo Baiano. Esse era o meio de transporte principal para levar mercadorias e produtos entre a capital e as cidades da região que tanto produziam e apoiavam a economia do Estado.

No auge da produção agrícola e das rotas maritimas para distribuir o que era colhido ou manufaturado,  cerca de 1.500 saveiros circulavam de forma ininterrupta pelas águas da Bahia. O tráfego era tão marcante, que passou a ser considerado parte do cenário local. Era impossível imaginar  a Baía de Todos os Santos sem aquelas embarcações coloridas, tradicionais e tão representativas. Tanto que obras de artistas consagrados do estado relembram constantemente a presença inconfundível das velas nas águas quentes da Bahia.

No entanto, a evolução e a chegada das rodovias fez com que a vocação marítima do Recôncavo fosse rapidamente esquecida. Hoje, são pouco mais de 20 saveiros que teimam em não desaparecer e tentam manter viva uma tradição que tão bem representa o estado. Diversas ações de preservação da história dos Saveiros têm sido realizadas. Recentemente, foi lançado o livro “Embarcações do Recôncavo: Um estudo de origens”. A obra compila estudos e levantamentos feitos pelo pesquisador Pedro Agostinho, que dedicou décadas de estudos para essas embarcações.

A memória dos saveiros também é mantida viva por meio de eventos especiais realizados anualmente, como a Semana do Saveiro, que oferece oficinas, palestras e apresentações sobre a técnica e história que envolve as embarcações movidas por vela de içar. Há também a tradicional Regata de Saveiros João das Botas, que tem um percurso bastante típico. A largada das embarcações é dada na Praia do Porto da Barra, segue até  próximo da região da famosa ilha de Itaparica, com passagem pela área da Cidade Baixa até o retorno no mesmo local de onde os saveiros iniciam a competição.

E ainda entre as ações para manter essa tradição viva, está a exposição Baía de Todos os Saveiros, que  estimula não só a manutenção das embarcações à vela, como também a preservação do meio ambiente, tão rico e diversificado na sua forma baiana.
LOCALIZAÇÃO


PIRAJÁ é um bairro localizado no subúrbio de Salvador, às margens da BR 324 que é importantíssimo para história da Bahia e do Brasil. Neste bairro fica localizado uma importante reserva de Mata Atlântica em área urbana no Brasil, intitulado como Parque São Bartolomeu, um importante espaço de proteção ambiental, onde os adeptos do candomblé faziam suas oferendas e turistas de várias partes do Brasil vinham ver a sua beleza e também conhecer o local onde se passou um importante fato histórico para o Brasil: a Independência da Bahia.
Além de toda beleza do Parque, Pirajá nos revela inúmeras surpresas por sua história: lá surgiram os primeiros engenhos de açúcar; foi onde os jesuítas tiveram as primeiras experiências com catequese, daí se dá a origem do bairro; em suas colinas corria a mais antiga estrada para o interior do país, a Estrada das Boiadas; a Igreja de São Bartolomeu de Pirajá onde todo ano o fogo simbólico das comemorações do 2 de Julho.
ORIGEM E HISTÓRIA

·         Nessa região havia uma aldeia chamada de tupinambá, segundo o autor Theodoro Sampaio, antes mesmo da fundação da cidade em 1536 um donatário concedeu uma sesmaria ao senhor João Veloso na região de Pirajá.
·         Já no ano de 1540 os índios destruíram o engenho de Veloso, no ano de 1555 o engenho de Pirajá foi sitiado pelos índios, com isso ocorreu à criação de um engenho publico que atendessem aos pobres, lavradores, etc.
·         A freguesia rural de Pirajá surge no ano de 1608, confirmando o crescimento da área, era uma freguesia muito vasta já que ia desde os atuais subúrbios ferroviários até o litoral atlântico, ao norte da freguesia de santo Antônio.
·         Pirajá também fazia parte da estrada das boiadas, até o ano de 1932, ali era o único local de acesso por terra para quem quisesse  chegar a cidade de Salvador.

A Estrada das Boiadas
·         Foi uma via de acesso, muito importante no século XIX,
pois ela fazia uma ligação entre a cidade do Salvador e o Recôncavo (norte da Bahia), permitindo aentrada e saída de mercadorias, assim abastecendo a cidade.

Igreja de São Bartolomeu de Pirajá.          
Situa-se em Pirajá, à margem da antiga estrada das Boiadas, primeira via de entrada no sertão. O local está ligado as lutas de resistência à 2ª Invasão Holandesa, Independência da Bahia e ao episódio da Sabinada. Próximo à igreja está o Panteon do General Labatut (1914). A vizinhança da igreja está toda ocupada por construções populares.


Festa de Labatut
A Festa de Labatut existe desde 1853, criada quatro anos após a morte do general Pedro Labatut .A festa de Labatut inicia-se uma semana depois da maior festa do 2 de julho. Na ocasião, os moradores de Pirajá e bairros vizinhos se reúnem e fazem a sua festa, que dura três dias. 




BATALHA DE PIRAJÁ – 08 DE NOVEMBRO DE 1822

A Batalha de Pirajá ocorreu no contexto da Guerra da Independência do Brasil, na então Província da Bahia, em 8 de Novembro de 1822.
Pirajá constituía para a força brasileira ponto chave da defesa, por sua posição dominante. Por ela passava a tradicional estrada das Boiadas, ligando Salvador com o norte da Bahia . A posse de Pirajá representava, para os patriotas , o domínio da enseada de Itapagipe e, o corte da entrada de víveres e de gado para o abastecimento de Salvador .
Ciente da relevância de Pirajá ,Madeira de Melo procurou controlá-lo. O seu plano de ação para 8 novembro de 1822, consistia em atacar o Exército Patriota em sua base de operações, Pirajá, dividindo-o em duas partes, destruir uma parte e obrigar o restante a retirar-se na direção do norte. Dessa forma, esperava romper o cerco de Salvador e ter acesso ao sertão.
Nas encostas de Pirajá, a luta assumiu grandes proporções. Depois, um violento ataque de Madeira de Melo quase rompeu a linha brasileira, ameaçada de ser dividida em duas partes. As colunas inimigas já progrediam sobre as alturas de Pirajá. Foi quando o Coronel Barros Falcão, para evitar o envolvimento ordenou a retirada. 
Os portugueses renunciaram definitivamente à conquista das posições de Pirajá, conformando-se em manter Salvador em seu poder, reconhecendo o poder e o prestígio do governo de Cachoeira .Os seus suprimentos se limitavam ao recebidos por mar, do apoio da esquadra inimiga .
A Batalha de Pirajá é considerada um dos principais choques bélicos da guerra pela Independência da Bahia, sendo travada na área de Cabrito-Campinas-Pirajá.
PIRAJÁ NA CONTEMPORANEIDADE

O Bairro Pirajá teve início no ano de 1937 com a construção de duas casas pelo Sr. Francisco Dias Sobreira, onde iniciou um pequeno comércio de compra e venda de algodão e cereais em geral. Esta atividade durou até o ano de 1945. O terreno, ocupado hoje pelo bairro fazia parte de propriedades agrícolas pertencentes a Abel Sobreira, Francisco Dias Sobreira (acima citado), João Marcelino de França e José Dias da Silveira. José Travares Pirajá, cunhado e amigo particular do Sr. Francisco Dias sobreira, substituiu este naquela atividade. A freguesia deste pequeno comércio de José Tavares Pirajá se constituía dos transeuntes residentes nos sítios Pedra de Fogo, Macacos, Fazenda Nova, Limoeiro, etc. A casa em que residiu José Tavares Pirajá é construída de tijolos coberta de telhas, com dois vãos, alpendre localizada ao nascente da estrada de ferro Juazeiro-Barbalha. Hoje pertencente ao seu Filho Dr. Pedro Sobreira Pirajá.
 Todos os que iam e vinham, comentavam que no "seu" Pirajá, tudo era mais barato do que nas demais vendas. Assim ia o José Tavares Pirajá, sendo cada vez mais conhecido e procurado, oferecendo de quebra ao freguês um discurso político ou uma doutrinação religiosa com exemplos fulgurantes tirados da vida dos Santos ou da Sagrada Escritura de que era fiel leitor. Por volta de 1946 o Sr. Francisco Dias Sobreira, deu a algumas pessoas uns chãozinhos e ali foram construídas as primeiras casas e habitada pelos primeiros habitantes do Bairro. Logo surgiram novas casas. Em 1947 o atual Bairro do Pirajá contava umas 8 a 10 casinhas. Em 1950 umas 100 casinhas já se podia observar. Neste ano foi lançada a pedra fundamental do Santuário de São Francisco, responsável pelo crescimento daquele setor sul da cidade. O Bairro não possuía outro ponto de atração, senão a costumeira  e animada rodinha da bodega do "seu” Pirajá onde se discutiam as crises econômicas, religião e política; onde não eram negados conselhos e orientações do "seu" Pirajá. Em 1958 com prazer se podia observar o seu número de habitantes bem maior e a construção calculada de 500 casas.
ENTREVISTA À PRIMEIRA MORADORA 
DO CONDOMÍNIO PARQUE CAMPINAS DE PIRAJÁ

Maria Vitória Smich 69 anos - 31 ano de moradora- conheço desde minha infancia
Foi a primeira moradora do Condominio
Eu perguntei como era o condominio logo quando ela chegou: Ela me respondeu que antes de construir era tudo uma mata pois fazia parte do parque são bartolomeu.
O espaço pertencia a uma empreendedora chamada Horizonte Habitacional que hoje é a NOVO HORIZONTE. Uma empresa de onibus de viajens
A Horiz. Hab. Vendeu esse grande terreno para OAS que construiu e a
CAIXA financiou para os novos moradores
Quando ela chegou já tinha os 25 de prédios, os quais têm até hoje nome de  arvores devido a sua localização  que era uma das reservas do parque São Bartolomeu.
Dona Vitória como assim a chamo comprou o apartamento pela caixa no prédio onde eu moro, Edificio Guaraíba, 203. Só que por diversas vairáveis ela não pretendia morar no 203 e tentou negociar com a caixa para mudar para o 003. A caixa disse que só permitiria se ela arranjasse um compradeu para o 203. Daí conseguiu com um conhecido e logo depois mudou-se para o 003.
Eu perguntei como era a estrutura fisica do condomínio, ela me disse que não tinha os bares, lan rouse, padaria, que tem hoje. O lugar que hoje tem esse comercio era tudo plantas.
Ela disse: Não tinha as 2 quadras de esportes que tem hoje. Os moradores se reuniram para mandar construir.
Os predios era todos pintados, bonitinhos cada um com um certo padrão uns branco e verde, outros branco e azul. Hoje só alguns poucos edificios que os moradores se reunem para pintar, sendo que não pode mudar a estrutura original.
Ela disse: a gente chegava assim de uma parte alta e via um riozinho correndo ao lado do Condompinio sentido pirajá..
Tinha apenas um parquinho onde hoje é a praça, rodeada de plantas, e equipamentos para academia, e parque.
Eu perguntei se ela participava de eventos que haviam no Condominio na epoca? Ela me respondeu: não tinha muitos eventos minha filha, eu gostava quando reunia para assistir os jogos do Brasil e do bahia e do vitoria. Na copa os moradores se reunião para enfeitar o condominio de verde e amarelo como é ate hj.
Quanto a luz e água  quando ela foi morar já tinha os 2.
Ela foi a primeira sindica do nosso prédio. Mas com o passar dos anos houve alguns desentendimentos e ela deixou. Minha mãe assumiu depois de algumas reuniões de condominio mas depois de alguns meses deixou.
E eu perguntei: a senhora lembra quando meu pai veio morar aqui? Ela disse: eu lembro quando seu pai trouxe sua mãe ainda vestida de noiva minha filha. Ele queria carregar ela pra subir as escadas mas ela não deixou, rsrs. Meu pai mora lá há 23 anos com minha mãe...e eu.

Eu nasci e cresci no Condomínio Parque Campinas, podendo também perceber algumas mudanças, em fim, é isso.